terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Show Blaze Bayley (Abertura: Holy Cross & Septerra) - 19 - 01 - 2009

Dia 19 de Janeiro, véspera do feriado do padroeiro da cidade do Rio de Janeiro, São Sebastião. Dia também de conferir o show de um cara que por muito tempo foi perseguido pelos fãs do Iron Maiden, Blaze Bayley.

Apesar de ter lançado dois álbuns bons ao lado do Maiden, Blaze não conseguiu suprir a falta que os fãs tinham de Bruce Dickinson. Ele saiu da banda depois da turnê do álbum Virtual XI e seguiu em carreira solo, onde atualmente divulga o novo CD The Man Who Would Not Die. Blaze percorreu o Brasil em diversas datas trazendo na banda: Nico Bermudez (Guitar), Jay Walsh (Guitar), David Bermudez (Bass), Larry Paterson (Drums) e obviamente Blaze Bayley (Vocals).

O show realizado no Circo Voador teve início com a abertura do portão as 22:30 h e às 23:00 h. a primeira banda a se apresentar foi a Holycross (banda vinda de Santa Cruz – RJ e que divulga o seu EP On Behalf of The Father). A banda contando com Cássio "Voraz" Tavares (Drums), Aloysio Ventura (Vocals), Igor Charlles (Bass), Diego Sandiablo (Guitars), Wagner Vinicius (Guitars) apresentou canções próprias e alguns covers. A apresentação foi iniciada com Theory of Chaos, seguida por My Madness, ambas do último EP. Em seqüência veio Other World (lançada em 2007 no EP Holycross Demos), o cover de Aces High do Iron Maiden, mais duas do novo EP, Bastogne e On Behalf of The Father, uma inédita com o mesmo nome do full lenght que pretendem lançar este ano, Road To Death e fechando o show mais um cover “maideano”, The Trooper.

No aspecto geral, o Holycross se mostrou uma banda acima da média, carismática, centrada e que tem um futuro promissor, apesar do som ter falhado no finalzinho da apresentação e a presença de palco meio fraca da banda, salvando neste último o baixista Igor (que parecia ter tomado uns dez energéticos antes) e o vocalista Aloysio..

Desmonta-se a bateria e rapidamente é colocado um novo kit para a entrada da segunda banda de abertura, o Septerra. A banda formada por Marcio Fernandez (Guitars), Filippe ZK (Vocals), Henrique Neto (Drums), Marcio Kendi (Bass) e Diego Felix (Keyboards) chegou com muita presença de palco já mandando Nightmare do EP homônimo da banda, seguida por She-Wolf (cover do Megadeth). Voltam com as próprias The Awakening e Forlorn Hope, seguindo-se de Melancholy - The Holy Martir (do Iced Earth), The One You Love To Hate (da carreira solo de Rob Halford e dedicada aos que nas palavras de Filippe ZK “acham o Heavy Metal uma merda”). Sacred Gates é a próxima a ser tocada, composição da banda presente no EP Nightmare e fechando a apresentação com Flight Of Icarus do Iron Maiden.

O Septerra teve um som alto do início ao fim de seu set. Destaque para a agitação do vocalista que era constante e soube chamar bem o público para interagir com a banda. Mais uma grande promessa do cenário carioca (e que venha o full lenght!).

Era então hora da atração principal. Primeiramente vou contar um fato real que mais parece uma piada de humor negro que aconteceu no ano de 1998 entre eu e o Sr. Blaze Bayley. Primeira vinda de Blaze ao Brasil. Sem um trocado no bolso resolvo me inscrever numa promoção de uma determinada revista (a extinta Valhalla). Totalmente descrente e achando que era tudo armação, não dei a mínima para a data em que seria anunciado o ganhador. Com este pensamento, acabei viajando a trabalho e saindo da cidade. No dia do evento, conecto na Internet e vejo um e-mail que dizia que meu nome estaria na porta da casa de shows. Nem preciso dizer que fiquei com o perdão da palavra, “puto”. Era o dia e a hora do show e eu fora da cidade. Assistir a este show no Circo Voador era como lavar a alma e pagar de certa maneira essa dívida que eu tinha comigo mesmo.

Então tá, vamos ao que interessa. Com a retirada do equipamento da banda Septerra, é tocada nos samplers a introdução do novo CD da banda de Blaze. A primeira música da noite foi a faixa título do novo álbum, The Man that Would Never Die e apesar do pequeno público a banda se mostrava entusiasmada em seu espetáculo. Aqui devo pedir desculpas aos leitores, mas não me recordo precisamente da ordem das faixas que foram executadas, mas citarei as canções tocadas: Leap Of Faith, Alive, Blackmailer, Voices From The Past, Samurai, que ficou muito legal ao vivo, Robot, Smile Back At Death, Identity, The Brave, The Launch, Stare at The Sun, Born As A Stranger, Kill and Destroy, contando com a agitação do público no refrão. Obviamente não poderiam faltar músicas de sua época no Iron Maiden. Desta fase foram executadas Edge Of The Darkness, Vírus, grande surpresa, Man On The Edge, Clansman, Futureal, Lord Of The Flies.

A banda cantava juntamente com o vocalista cada frase proferida, o som estava alto e a qualidade inegável. O trabalho da cozinha rítmica estava sensacional, as guitarras afiadas e o vocalista inspirado. Um grande show.

A banda foi muito bem recebida pelo público carioca, a agitação e a satisfação das pessoas que estavam no Circo Voador nesta data eram facilmente vistas nas faces presentes. A banda agitou por mais de duas horas de show, englobando todos os álbuns da carreira solo de Blaze e sua fase “maideniana”. A banda toda se mostrou carismática e simpática com os que estavam ali presentes. Um dos destaques da noite foi Blaze Bayley que a todo instante chamava a platéia para perto do palco, incentivava as palmas e brincava com ela a todo instante, não devendo nada a ninguém. Outro grande destaque foi o baixista David Bermudez que não parou um minuto sequer.

Depois do fim da apresentação, os músicos em uma grande lição de humildade desceram do palco para cumprimentar os fãs, tirar fotos e autografar itens, mostrando como deve se portar um verdadeiro ídolo do metal.

Parabéns a Blaze Bayley e banda pelo excelente show, às promissoras bandas de abertura e ao público presente que pôde assistir a mais um show memorável.

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