terça-feira, 2 de novembro de 2010

Entrevista Dreadnox (Novembro - 2010)

Dessa vez entrevistamos a banda Dreadnox. A banda que foi muito conhecida no underground carioca nos anos 90 e encerrou suas atividades em 2000, agora está de volta com um novo álbum chamadoDance Of Ignorance”. Confira abaixo a entrevista da banda contanto sobre o passado e o presente!

Em outubro de 1993, a banda estava estreando no cenário underground do RJ.Conte-nos como foi a fase de criação da banda até os palcos.

Fábio Schneider: Eu e o Felipe nos conhecemos há muitos anos e, como eu gostava de cantar e ele tocava bateria, decidimos montar uma banda, mas, óbvio, faltavam as guitarras e o baixo. Uns dias depois, o Felipe, através de um amigo, conheceu o Kiko que estava, naquele momento, ensaiando com uma outra banda e, gostando do que viu, me avisou no dia seguinte. Assim, marcamos um ensaio com o kiko e o resultado foi fantástico, parecia que já ensaiávamos há anos. Depois, o Felipe lembrou-se de um amigo de colégio, Luciano, que era, também, um excelente guitarrista e topou na hora. Quanto ao baixista, o Kiko tinha um colega, também de colégio, Juliano, que tocava baixo e, assim, a banda estava formada. Passamos, então, a ensaiar toda a semana. Em meados de Outubro, haveria um Sarau de bandas do Instituto Guanabara, colégio do Kiko, e, claro, nos inscrevemos. No dia 20 de outubro de 1993, vencemos o Sarau e nascia o Dreadnox.

Em 1995 foi gravada a demo Master Brain,como foi a repercussão naquela época ?

Foi muito boa! Vendíamos muitas fitas cassetes nas lojas de Rock, para os amigos, parceiros de outras bandas e enviávamos para alguns estados também. Chegamos, com isso a tocar no FECA em Americana (SP) e em um festival em Uberaba (MG).

Em dezembro de 1995, a banda teve a oportunidade de tocar numa Jam Session com Andre Matos, Kiko Loureiro e o até então novato e jovem Renato Tribuzy. Como foi para a banda estar participando dessa Jam? (PS: Os vídeos da Jam podem ser conferidos no youtube).

Bem, Tocar ao lado do André Matos e Kiko Loureiro foi uma honra e uma emoção muito grande. São excelentes músicos e nossas principais influências. Somos fãs!! Temos muito respeito por eles. O Renato, somos amigos há muito anos, poxa, eu vi o Horizon ser criado. Sempre foi nosso amigo. Um excelente compositor, um puta vocalista, um grande artista.

Vocês participaram de uma coletânea da gravadora Hellion em 1998. Como foi realizado o convite?

Na época do álbum Divine Act, fechamos uma parceria de venda com a Hellion e mandamos alguns cds para lá, e, como ela estava selecionando bandas para aquela coletânea e gostou muito do nosso som, surgiu o convite.


Também em 1998, foi lançado o álbum Divine Act, do qual tive a oportunidade de ouvir algumas músicas e gostei bastante. Como se deram as gravações e como foi repercussão do álbum na mídia e quanto a vendas?

Já tinhamos um material gravado no estúdio do Daniel Cheese, o Cheese Factory (RJ) e gravamos as novas composições no Estudio Manhattan (RJ) que foi, também, o nosso selo. Na verdade, cometemos muitos erros de planejamento e, naquela época, sem muito apoio, com a Internet iniciando, além de uma certa imaturidade da banda, não conseguimos fechar nehum contrato de distribuição para o álbum. Acabamos ficando com muitos cds encaixotados em casa, sem muito o que fazer, mas lembro que enviamos muitos cds para várias partes do mundo para divulgação e as críticas eram sempre excelentes.

Em 2000 a banda encerrou as atividades. Porém agora no final de 2010 vocês voltam com força total, com uma banda renovada e com um novo álbum chamado Dance Of Ignorance. Conte-nos um pouco sobre o retorno da banda e o processo de gravação do novo álbum.

Demos uma pausa no Dreadnox, mas nunca perdemos o contato, pois somos, acima de tudo, amigos e confesso que estava engasgado esse término da banda durante esses anos e, um dia, nos falamos por telefone e decidimos fazer um ensaio pra ficar tocando covers, Dreadnox, qualquer coisa e, assim, durante os ensaios, surgiu o papo de compor novas músicas e terminar outras que fizemos na época do Divine Act. Estávamos, então, eu, Kiko e Felipe decididos a voltar, mas pra fazer um álbum matador, pesado e poderoso para balançar o metal mundial. Um volta triunfal!

Houve algum contato com os membros antigos para uma reunião com a formação original ?

Sim, quando nós três decidimos voltar, contactamos o Luciano, mas por questões profissionais, não pôde retornar a banda e decidimos ficar com apenas o Kiko nas guitarras. Perdemos, também, o contato com o Pacheco, então, chamei o Dead, meu amigo de muitos anos, para compor o baixo. Ele já havia tocado com a gente em ensaios passados na época do Divine Act.

Poderia essa volta ser classificada como uma “nova estréia” já que alguns fãs da banda terão a oportunidade de vê-la novamente em ação e muitos outros irão ver a banda pela 1ª vez ?

Com certeza! Recebemos muitos e-mails com mensagens muito positivas sobre nossa volta e é impressionante como têm fãs que lembram dos lugares e épocas que tocamos, ansiosos de assistirem nosso show de estréia, além da galera mais nova, ou mesmo quem não conhecia a banda, de curtir nosso show!

Sendo o Dance Of Ignorance produzido por Renato Tribuzy (que participa na faixa Survive do álbum), que até mesmo tem se dedicado mais à produção do que sua própria banda e mixado por Alex Macedo, podemos esperar um trabalho de excelente qualidade. Qual o nível de satisfação da banda com a produção ? Conseguiram atingir as suas expectativas ?

Fabio: Cara, quando eu ponho o cd pra tocar e ouço aquela porrada da “Fight with the Light” logo no início, já começo a rir de felicidade. É muito gratificante você ter o seu trabalho finalizado de forma tão profissional, feito com muito suor e muita dedicação de toda a banda e a equipe participantes do álbum. Assim que tivemos a ideia de gravar o álbum, a primeira pessoa que veio à mente foi o Tribuzy, tanto pela amizade quanto pela competência, ainda mais que na época tinha saído o álbum Execution, um trabalho primoroso com a participação dos maiores ídolos do metal, como o Bruce Dickinson, Michael Kiske e Ralf Scheepers.

Como surgiu a idéia da participação do Renato Tribuzy no álbum ?

Durante as gravações, queríamos fazer uma homenagem, um agradecimento ao Renato pelo excelente trabalho que ele desenvolveu com o Dreadnox e dividi com ele a música “Survive” que ficou excelente!

Já há alguma previsão para shows?

Estamos negociando shows para o fim do ano e começo de 2011. Mas ainda é cedo e não posso divulgar.

Como será feita a venda do cd?

Fechamos com a Diehard Records para distribuição e venda no Brasil. No exterior, com a Nightmare Records para venda nos EUA e Canadá. Como o álbum foi lançado há menos de 1 mês, estamos fechando outros contatos para outros países.

Pra vocês que tiveram um início, ascensão, encerramento de atividades e agora voltam para um novo começo, qual a comparação da cena metal de 1993 à 2000 e agora em 2010. Existe muita semelhança?

Não. Mudou um pouco! O Metal está mais elitizado, com pessoas, em sua maioria, de nível intelectual maior, mais críticas, mais exigentes. Mas é um público muito fiel, que ama o Metal de verdade, que não aceita o que a grande mídia insiste em “empurrar” como esses grupos criados em laboratório, Axé, Funk com apologia ao sexo e às drogas etc. O que eu pude notar, também, é que os estilos se afastaram a ponto do, por exemplo, fulano que gosta de power metal, não gostar de Thrash Metal ou vice-versa. Talvez seja uma evolução dos estilos existentes do metal, mas isso é uma outra história...

Gostaria que cada membro da banda se apresentasse aos nossos leitores e dissesse qual é a sua principal influência no meio musical.












Eu sou Fabio Schneider, vocalista, tenho 35 anos e minhasin fluências são: Chicago Transit Authority, Thin Lizzy, Iron Maiden, Metallica, Black Sabbath, Dio e outros.

Eu sou o Kiko Dittert, guitarrista, 34 anos e minhas influências são: Metallica, Megadeth, Iron Maiden, Yngwie Malmsteen, Ozzy e Dream Theater.

Eu sou Dead Montana, baixista, 36 anos e minhas influências são: Suicidal Tendencies, Metallica, U2, Judas Priest, Danzig, Anthrax, Black Sabbath, Iron Maiden, etc...

Eu sou Felipe Curi, Baterista, 34 anos e as minhas influências são: Iron Maiden, Metallica, Megadeth, Dream Theater, Rush, Deep Purple, Led Zepellin, Black Sabbath, Dio, Ozzy e outros.












Existe alguma chance da banda relançar o seu debut?

Se houver oportunidade, por que não?

De acordocom a cena musical nacional, que, diga-se de passagem, anda bem precária, o que vocês destacariam e descartariam dela?

Destaques: Andre Matos, Angra, Almah, Hangar, Tribuzy, Soulspell, Hibria e Shaman.

Descartes: Fiuk, Axé, Funk, Pagode e esses lixos que passam aos domingos.

Gostaria de agradecer a banda pela entrevista. Desejo muito sucesso nesse retorno à cena e aos palcos. Espero vê-los em ação em breve!

Valeu Pedro, Victor Hugo e toda a equipe do Rio Metal Blog, nós que agradecemos a oportunidade de contar um pouco a nossa trajetória desses 17 anos de Dreadnox. Muito obrigado!

Deixo essa parte livre para vocês mandarem um recado para os fãs de metal do RJ e do Brasil,e aos leitores do Rio Metal:

Galera, o álbum está matador, temos certeza de que vocês vão curtir muito nosso som e epseramos, muito em breve, fazer muitos shows pelo Brasil e pelo mundo. Obrigado pela força! Vejo vocês por ai!

Para conhecer e acompanhar as novidades da banda, podem conferir no myspace: http://www.myspace.com/dreadnoxbrazil

E também no Twitter: www.twitter.com/dreadnoxbrazil

2 comentários:

Anônimo disse...

Conheci o som dessa banda em 98 na época do CD Divine Act e até a pouco tempo me perguntava como é que essa banda pode ter terminado.
A cerca de alguns dias andando pela galeria do Rock em Sampa me deparo com o CD Dance Of Ignorance e fico sabendo que os caras voltaram e com um novo álbum que, na minha opinião, está matador!
Sucesso ao Dreadnox!

Dih Barbosa disse...

Eu conheci a banda agora, acessando o youtube! rsrs
nunca tinha ouvido, e achei que tem um som legal sim, bem diferente do que está sendo produzido no mercado atual!

bom... quem me conhece sabe que curto umas paradas mais puxadas do heavy pro power, e essa banda, pelo que eu ouvi (umas duas ou tres musicas), puxa mais pro metal tradicional.

Mas eu me amarrei no novo contador de visitas do blog!
rsrs