terça-feira, 21 de junho de 2011

Resenha Show, Alice Cooper - 03-06-2011 (RJ)




Sexta-feira. Graças ao cancelamento do show do Alice Cooper em Curitiba, o Rio de Janeiro pôde ter o deleite de receber este grande nome da música no Citybank Hall.



Há algum tempo não temos por aqui um show que caísse em um excelente dia da semana. Depois de um dia normal de trabalho, partimos para o bairro da Barra da Tijuca onde se localiza a casa de show.



O lugar estava calmo e uma ligeira preocupação passou pela minha mente: “Será que o público será mínimo como em alguns eventos anteriores?”. Para minha surpresa, pessoas de várias faixas etárias, algumas com os olhos pintados, outros de cartola, começaram a surgir aos poucos de várias partes do shopping e formaram um grupo de número razoável.



Por motivos ainda desconhecidos por nós, a casa estava com um pano preto fechando uma parte da pista. Havia uma câmera profissional filmando o show, poderia ser para algum extra de um futuro DVD, quem sabe?



O palco ficou encoberto no início do show com uma cortina que trazia um desenho de Alice Cooper saindo de um caixão, a mesma arte usada nos flyers da recente turnê.



O pano cai e um palco bem decorado nos trás um ar de surpresa e apreensão pelo que vai acontecer.







Alice começa o show com um de seus clássicos, The Black Widow em cima de uma escada um tanto quanto alta de onde com sua jaqueta munida de patas de aranha disparou fogos pelas mãos e prendeu o público presente.



A banda de Alice na recente turnê é composta por Steve Hunter (Guitars), Tommy Henrik (Guitars), Damon Johnson (Guitars), Chuck Garric (Bass) e Glen Sobel (Drums), vale lembrar que a banda estava super a vontade no palco, a interpretação da banda assim como a interação deles com o público foi fantástica.



O show segue com os clássicos: Brutal Planet, I’m Eighteen, com direito a Alice cambalear com muletas no palco, Under My Wheels e Billion Dollar Babies com notas com a face de Alice sendo arremessadas ao público através de uma espada empunhada pelo cantor.



Com o público cativado e extasiado, No More Mr. Nice Guy e Hey Stoopid foram cantadas a plenos pulmões pelos presentes. É interessante como um artista consegue ser carismático e simpático com o público sem lhes falar um “ai” sequer.



Is It My Body foi a seguinte, seguida por Halo Of Flies. Um dos momentos mais engraçados da noite se deu em I’ll Bite Your Face quando Alice adentrou o palco com uma jaqueta escrita nas costas “New Song”, que posteriormente foi retirada para ele mostrar o refrão da nova canção escrita nas costas de sua blusa.





Depois das risadas e de ter sido bem recebida pelo público, o set volta aos clássicos. Muscle Of Love, com Alice e suas maracas, antecedem um dos momentos de maior emoção e interpretação do show: a balada Only Women Bleed, com a famosa dança de Alice com a boneca Ethyl. O momento de ternura dura pouco e na música seguinte, Cold Ethyl, a mesma é espancada e arremessada para os lados.









Com o público nas mãos e quando você acha que já viu de tudo no show, Feed My Frankestein mostra o contrário. Alice Cooper, em um jaleco ensangüentado, entoa a canção juntamente com o público até o momento da entrada de seu assistente, Igor, ligar a máquina que dá vida a um enorme boneco Frankstein com as feições de Alice.



Clones foi a seguinte, e a famosa e uma das mais aguardadas, Poison colocou o Citybank inteiro para cantar junto. Essa canção é simplesmente atemporal.






Em Wicked Young Man, Cooper mata um fotógrafo interpretado por um dos roadies e a famosa encenação da guilhotina é executada em Killer; a banda canta I Love The Dead enquanto o carrasco brinca com a “cabeça” de Alice Cooper.



Alice volta para School’s Out, com a inserção de um trecho de Another Brick In The Wall do Pink Floyd no meio da canção e com bolas enormes sendo arremessadas ao público e sendo estouradas quando próximas ao palco por uma espada que Alice empunhara foi o fim do set regular.



O bis veio com Elected e o cover para Fire de Jimi Hendrix com os músicos se divertindo muito. Simplesmente uma fantástica apresentação que concorre com folga ao melhor show do ano.








Para quem conhece o som da banda de Alice Cooper desde o início de sua carreira sabe que por volta de 72, 73 quando começaram a sair seus trabalhos, a sonoridade era aquele “rockão” da época e foi mágico ver que a banda conseguiu dar a estas músicas uma roupagem mais pesada e atual, mostrando o quão forte são suas idéias. A banda passou pelo Rock, Hard Rock, flertou com o Heavy Metal e em momento algum se mostrou desanimada ou cansativa ao ouvido do público.



Uma aula de interpretação, profissionalismo e carisma que muitas bandas, principalmente as mais novas, deveriam aprender.

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